DIABETES EM IDOSOS

Amanhã, dia 27 de junho é o Dia Internacional do Diabético. A comemoração nasceu com o objetivo de promover a conscientização da sociedade – desde médicos, ONGs e o governo até a população em geral – sobre a doença e as formas de tratamento. A primeira celebração ocorreu em 14 de novembro de 1991. A nova data proposta pela Federação Internacional de Diabetes (IDF) e é uma homenagem ao nascimento de Frederick Banting, que em parceria com Charles Best, descobriu a insulina em outubro de 1921.

O DIABETES

O Diabetes Mellitus se caracteriza pela elevação do índice de glicose no sangue, que acontece por problemas na produção e na ação do hormônio insulina. A doença atinge cerca de 13 milhões de pessoas no Brasil, o que corresponde à 7% da população, segundo dados do Ministério da Saúde. Os números além de alarmantes, coloca o Brasil na quarta posição mundial entre os países com o maior número de diabéticos. Neste aspecto, só não somos mais diabéticos que China (114 milhões), Índia (73 milhões) e Estados Unidos (30 milhões).
No entanto, poucos brasileiros tem ciência da existência da pré-diabetes, que representa grande risco à população. A pré-diabetes é uma condição do indivíduo para o desenvolvimento do Diabetes tipo 2, quando há resistência do organismo à insulina, e já atinge cerca de 15 milhões de pessoas só no Brasil, segundo o International Diabetes Federations (IDF). Há agravante em pacientes obesos, pois pode evoluir para o Diabetes tipo 2, outro grande risco aos brasileiros, visto que 55% da população estão com sobrepeso no Brasil, logo já se encontram no grupo de risco para o pré-diabetes.

DIABETES EM IDOSOS

Dados levantados pela Pesquisa de Vigilância de Fatores de Risco e Proteção para Doenças Crônicas por Inquérito Telefônico (Vigitel) mostram que quase um terço das pessoas com diabetes têm mais de 65 anos.
Especialistas consideram que idosos já têm mais predisposição à complicações cardiovasculares, e também está mais sujeito a ser poli medicado, o que pode causar perdas funcionais e cognitivas que, somados a problemas como depressão, quedas, fraturas, dores crônicas e incontinência urinária, aumentam consideravelmente a predisposição do idoso ao desenvolvimento da doença. Portanto, é necessário que a atenção à pessoa idosos seja diferenciada, bem como suas condições devem ser respeitadas na elaboração de seu tratamento.
João Salles, endocrinologista vice-presidente da Sociedade Brasileira de Diabetes, explica que uma das razões para o aumento da incidência do Diabetes em idosos é a diminuição da produção de insulina pelo organismo, que gera o aumento da quantidade de açúcar no sangue e acaba sobrecarregando o pâncreas. Outro fator agravante, é que nesta fase da vida a prática de atividades físicas diminui.

TIPOS DE DIABETES

Diabetes Tipo 1

Em algumas pessoas, o sistema imunológico ataca equivocadamente as células beta. Logo, pouca ou nenhuma insulina é liberada para o corpo. Como resultado, a glicose fica no sangue, em vez de ser usada como energia. Esse é o processo que caracteriza o Tipo 1 de diabetes, que concentra entre 5 e 10% do total de pessoas com a doença.
O Tipo 1 aparece geralmente na infância ou adolescência, mas pode ser diagnosticado em adultos também. Essa variedade é sempre tratada com insulina, medicamentos, planejamento alimentar e atividades físicas, para ajudar a controlar o nível de glicose no sangue.

Diabetes Tipo 2

O Tipo 2 aparece quando o organismo não consegue usar adequadamente a insulina que produz; ou não produz insulina suficiente para controla a taxa de glicemia.Cerca de 90% das pessoas com diabetes têm o Tipo 2. Ele se manifesta mais frequentemente em adultos, mas crianças também podem apresentar. Dependendo da gravidade, ele pode ser controlado com atividade física e planejamento alimentar. Em outros casos, exige o uso de insulina e/ou outros medicamentos para controlar a glicose.

Pré-diabetes

É importante destacar que 50% dos pacientes nesse estágio ‘pré’ vão desenvolver a doença. O pré-diabetes é especialmente importante por ser a única etapa que ainda pode ser revertida ou mesmo que permite retardar a evolução para o diabetes e suas complicações.
Por que existe essa preocupação? Muitos pacientes, ao serem comunicados de que têm pré-diabetes, não enxergam ali uma oportunidade. Deixam para ‘cuidar’ quando o problema se agravar. Só que o pré-diabetes pode prejudicar nervos e artérias, favorecendo diversos outros males, a exemplo de infarto e derrames (veja em Complicações)
A mudança de hábito alimentar e a prática de exercícios são os principais fatores de sucesso para o controle. No entanto, para 60% dos pacientes, a dieta é o passo mais difícil a ser incorporado na rotina. Ao todo, 95% têm dificuldades com o controle de peso, dieta saudável e exercícios regulares. Lembre-se: ninguém morre de diabetes, e sim do mau controle da doença.
De acordo com a International Diabetes Federation, entidade ligada à ONU, existem no mundo mais de 380 milhões de pessoas com diabetes. Na maioria dos casos, a doença está associada a condições como obesidade e sedentarismo, ou seja, pode ser evitada. É possível reduzir a taxa de glicose no sangue com medidas simples. Perder de 5 a 10% do peso por meio de alimentação saudável e exercícios faz uma grande diferença na qualidade de vida. Mexa-se!

FATORES DE RISCO

Diabetes Tipo 1

Já se sabe que há uma influência genética – ter um parente próximo com a doença aumenta consideravelmente as chances de você ter também. Mas ainda não há pesquisa conclusivas sobre os fatores de risco para o Diabetes Tipo 1.

Diabetes Tipo 2

Pessoas que apresentam fatores de risco para o desenvolvimento de Diabetes Tipo 2 devem fazer consultas médicas periódicas e exames com frequência. Você deve ficar mais atento se:
– Tem diagnóstico de pré-diabetes ? diminuição da tolerância à glicose ou glicose de jejum alterada (Veja em Você já ouviu falar de pré-diabetes?)- Tem pressão alta;- Tem colesterol alto ou alterações na taxa de triglicérides no sangue;- Está acima do peso, principalmente se a gordura estiver concentrada em volta da cintura;- Tem um pai ou irmão com diabetes;- Tem alguma outra condição de saúde que pode estar associada ao diabetes, como a doença renal crônica (veja em Complicações);- Teve bebê com peso superior a quatro quilos ou teve diabetes gestacional (veja em Diabetes Gestacional);- Tem síndrome de ovários policísticos;- Teve diagnóstico de alguns distúrbios psiquiátricos, como esquizofrenia, depressão, transtorno bipolar;- Tem apneia do sono;- Recebeu prescrição de medicamentos da classe dos glicocorticoides.

Pré-diabetes

Assim como Diabetes Tipo 2, o pré-diabetes pode chegar à sua vida sem que você perceba. Ter consciência dos riscos e buscar o diagnóstico é importante, especialmente se o pré-diabetes for parte do que nós chamamos de ‘síndrome metabólica’:- Pressão alta;- Alto nível de LDL (‘mau’ colesterol) e triglicérides; e/ou baixo nível de HDL (‘bom’ colesterol)- Sobrepeso, principalmente se a gordura se concentrar em torno da cintura

DIAGNÓSTICO E TRATAMENTO


Para descobrir se você tem Diabetes, basta realizar um simples exame de 3 minutos que utiliza apenas gotinha de sangue. Este exame identifica se você apresenta, ou não, alguma alteração na taxa de glicemia. Identificada uma alteração significativa na sua taxa de glicemia, será necessário realizar outro exame, mais aprofundado.
Para ter certeza do resultado e assim começar o tratamento, o médico deve solicitar o teste oral de tolerância à glicose, mais conhecido como Curva Glicêmica. O exame é feito em diversas etapas, em que são coletadas amostras de sangue em um tempo determinado, geralmente de 30 em 30 minutos. Nos intervalos, o paciente deve ingerir um xarope de glicose. 

Tratamento e Controle

Uma das coisas mais importantes é controlar o nível de glicose no sangue, para evitar complicações. A medição pode ser feita por meio de um monitor de glicemia ou por meio de bombas de insulina. Os dois tipos de aparelho devem ser adquiridos e usados com orientação da equipe multidisciplinar.

Importante: no início, pode haver alguma dificuldade para realizar esse gerenciamento e medição. Isso é absolutamente normal. Não se cobre demais e em breve o gerenciamento se tornará algo natural na sua vida.
É importante seguir as orientações para que a medição seja feita nos horários corretos, nas situações corretas e com a frequência ideal. Com esses dados, é possível tomar as melhores decisões. É importante anotar ou registrar em aplicativos gratuitos para o celular esses dados. Assim, vai ser possível perceber claramente a interação entre os medicamentos, a atividade física, a alimentação e o modo como você está se sentindo.
A glicemia normal em jejum não deverá ultrapassar os 100 mg/dL
Duas horas após uma refeição, a glicemia não deverá ultrapassar 140 mg/dL
Sempre leve o seu monitor e o registro de suas glicemias com você quando for visitar o seu médico. Eles podem testar se seu monitor está funcionando perfeitamente e se você está checando-o corretamente. Também é válido levar anotadas as medicações que está usando ou, se usa insulina, qual a dose e os horários habituais. Para isso, guarde as prescrições de seu médico e exija dele que seu receituário seja feito de maneira legível.

Planejamento alimentar não é dieta!

Todas as pessoas, tendo ou não diabetes, devem ter uma alimentação saudável, regulando a quantidade de doces e gordura ingeridos, por exemplo. Isso ajuda a manter o peso saudável. E sempre é bom lembrar: se você está acima do peso considerado ideal para o seu perfil, emagrecer vai ajudar muito no controle da doença. E, mesmo que você não chegue ao peso ideal, uma perda de 10 a 15% já representa uma vida muito mais saudável. Pense nisso!
Para quem tem diabetes, uma ferramenta muito importante é a contagem de carboidratos. Você pode anotar os valores ou colocar também em aplicativos para o celular. Como a alimentação será reflexo da quantidade de exercícios realizada, o diabetes nada mais é do que uma oportunidade para rever os hábitos ? seus e de sua família.

Exercício físico não é só malhação!

Exercícios físicos regulares ajudam a baixar as taxas de glicemia. Quando você gasta energia, o organismo usa o açúcar do sangue em velocidade maior. Além disso, diversas pesquisas já comprovaram que a atividade física favorece o humor, o sono e a disposição para outras atividades, além de evitar doenças cardiovasculares e até degenerativas, como o Alzheimer, sabia?
O monitoramento do nível de glicose no sangue é importante também na prática de esportes, que deve ser feita sob orientação da equipe multidisciplinar. Se você não estiver se exercitando e for começar, consulte um médico antes. Os resultados deste check-up podem indicar a atividade mais apropriada – o objetivo é fazer alguma coisa que você goste. Atividades com seu parceiro(a) ou com um grupo de amigos também podem ajudar.

DICA:Você vai conhecer melhor seus níveis de glicose quando praticar seus exercícios sempre no mesmo horário do dia.

Uma boa notícia é que essa tal ?atividade física? não precisa ser na academia. Caminhadas e percursos de bicicleta podem ser ótimas opções. Troque a escada rolante e o elevador pela escada comum. Pare o carro mais longe e ande alguns quarteirões. Meia hora de atividade moderada, três vezes por semana, já é uma boa meta.
Para os diabéticos fumantes, a melhor opção é parar de fumar. Este hábito acelera todos os problemas associados ao diabetes, porque diminui o fluxo sanguíneo e a oxigenação das células.
Você é o protagonista do gerenciamento do diabetes. Prepare-se para as consultas – faça sua parte anotando os dados em papel, em tabelas no computador ou em aplicativos no tablet ou smartphone. Estabeleça metas. Saiba que o seu cuidado com o diabetes pode mudar ao longo do tempo, por isso é importante ter um ?plano de ação? sempre atualizado.

Como vou saber qual é o melhor medicamento?

Os medicamentos para controle do diabetes estão sempre evoluindo, e o médico é a pessoa mais capacitada para indicar aquele que se adapta ao seu perfil. Eles ajudam o pâncreas a produzir mais insulina, diminuem a absorção de carboidratos e aumentam a sensibilidade do organismo à ação da insulina.
Lembrando que nem sempre serão necessários medicamentos por longos períodos: no caso do Diabetes Tipo 2, a mudança no estilo de vida pode ser suficiente. Outra coisa que uma pessoa que acabou de receber o diagnóstico deve saber é que os remédios são modificados ao longo do tempo, de acordo com a idade e com o comportamento da taxa de glicemia.
Às vezes, o controle glicêmico só é obtido com injeções de insulina. Algumas pessoas necessitam receber esta substância ao mesmo tempo em que fazem uso de medicamentos. A frequência com que você recebe insulina depende de quanto o seu corpo ainda produz e de como o seu médico pretende controlar o seu nível glicêmico.
Outra informação relevante: tipos diferentes de insulina têm tempo de ação diferente. Sua equipe médica dirá quanto de cada tipo você necessita e com que frequência. É importante aprender a técnica correta de uso das injeções de insulina e sempre modificar o local do corpo onde são aplicadas, para evitar problemas degenerativos. Os melhores locais são a barriga, exceto a área de 5 cm ao redor do umbigo; região superior das nádegas; face anterior e lateral das coxas; e região lateral e posterior do braço.
A aplicação pode ser feita por meio de seringas, canetas próprias para esse fim e também por meio das bombas de insulina. Algumas delas fazem as duas funções: medem a taxa de glicemia e aplicam a dose indicada pelo usuário. A equipe multidisciplinar poderá ajudá-lo com informações sobre cada métodos, os custos envolvidos e as formas para adquirir os equipamentos.
Os avanços científicos na área possibilitam tratamentos para todos os tipos de casos de diabetes. Esta é uma oportunidade para você prestar mais atenção à sua saúde e adquirir responsabilidades sobre as mudanças.

RECURSOS TECNOLÓGICOS PARA SUPORTE AO TRATAMENTO DO DIABETES


A Sociedade Brasileira de Diabetes reuniu uma série de sites e aplicativos que auxiliam no tratamento do Diabetes. Conheça eles:

Apps para Orientação Nutricional/Contagem de Carboidratos

GlicSBDTecnonutriFatSecretMyFitnessPal

Apps para a Prática de Exercícios/Atividade Física

MyFitnessPalTecnoNutriFatSecret

Suporte ao Tratamento Via Oral

GlicHora do RemédioMeus RemédiosMedisafe

Apps para Registro e Transmissão dos Dados do Controle Glicêmico

Glicemias On LineAccu-chek Connect

Apps para Cálculo de Insulina Bolus

GlicAccu-Chek ConnectMinsulin

FONTE:

Sociedade Brasileira de Diabetes

Instituto de Longevidade Mongeral Aegon

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